Palavrões

Terça feira chuvosa, meu pé tá molhado, eu to com febre, dor de garganta, amanhã tenho teste e ainda não estudei. Com tudo isso eu pensei:

- Fudeu! Fudeu bonito! Tô fudido! Não consigo estudar e tenho teste amanhã! Vão comer meu cu com farofa!

Aí eu pensei "Ei, eu posso substituir tudo isso por palavras mais calmas e aliviar a tensão da mesma forma?". Caros amigos leitores, eu pensei, pensei, parei para ir ao banheiro porque o Pelézinho quis nadar, fui fazer um lanche, vi TV, abri a geladeira no comercial e lembrei "Porra, tinha uma lata de Coca bem aqui!" e voltei pra cá sem respostas. Fui ler alguns blogs de psicologia, sociologia e português, liguei para a Senhora Pinguim e ainda não tinha pensado EM NADA!

Aí eu me irritei, liguei a TV num programa de culinária e fiquei olhando o cara cozinhar, fritando uns bolinhos (de não sei o que) no óleo. Torci para que o bolinho estourasse na cara dele e para a minha surpresa, só foi ele tirar o bolinho do óleo para explodir. De cara eu pensei que tinha algum poder super foderoso e que o Charles Xavier ou o Xico Xavier fariam contato comigo nos meus pensamentos, mas parei de viajar e olhei para a tela. O cara disse "Ai merda!" e um estalo veio na minha cabeça exatamente como o bolinho! Corri para cá e comecei a escrever esse texto. Senhores, o palavrão é apenas um reflexo da parte de instinto animal das nossas mentes. Assim se você lutar para não falar palavrão, viverá lutando contra uma besta interior, uma besta grande, preta, dentuda e gorda querendo sair e devorar tudo o que ela quer. Uma hora ou outra, você vai esbarrar em alguma pedrinha e vai gritar, como nunca gritou, aquele "Puta que pariu" que estava preso dentro de você semelhante a um flato de domingo. Com esse bicho solto (a besta, não o flato), você se revoltará com a pedra, chutará ela longe e atacará o primeiro maldito que cruzar o seu caminho. E se esse maldito for seu sogro? E se for seu chefe? E se for seu professor? Ou pior, se for um negão de 3 metros de altura? Meu amigo, pense bem antes de parar de falar palavrão, pois a besta que convive normalmente com você pode querer dominar você!

O palavrão é apenas a nossa resposta primitiva sobre algumas coisas. É normal soltar um de vez em quando. A sociedade que repreende as bestas (eu digo feras! Se bem que as bestas normais também são repreendidas) e tratam isso como errado.

Particularmente dizendo, acho mais bonito um puta que pariu solto de vez em quando do que um "Ai minha nossa!"

PS: Sugiro que o morador do Rio de Janeiro olhe para o céu agora, se ajoelhe e grite o maior puta que pariu, filha da puta, caralho, porra ou qualquer um, da sua vida!